sexta-feira, 30 de maio de 2014

Drama (Carlos Queiroz Telles)

Hoje eu gostaria de compartilhar um poema de Carlos Queiroz Telles que eu gostava muito quando criança. Constava em um livro de Língua Portuguesa que eu havia ganhado de alguém. Não me recordo o nome do livro e nem de quem o ganhei, mas sou perfeitamente capaz de recordar-me os sentimentos experimentados ao reler e reler este poema.

É um prazer compartilhá-lo.






Drama



Eu sei que ela é como eu.
Afinal, a gente se conhece
desde o dia em que nasceu.
Pai vizinho, mãe comadre,
mesma rua, mesma infância, 
mesma turma , mesma escola.


Eu sei que ela é como eu.
Brinquedos e jogos iguais,
passeios de bicicleta,
aventuras de quarteirão . 
Repartidas descobertas,
segredos a quatro mãos.


Eu sei que ela é como eu
E sei também, por saber 
de ideia e de coração,
que por mais que ela disfarce 
gosta de mim pra valer,
não só como irmã ou como amiga .
Então por que (eu pergunto)
faz de conta não querer
ser minha namorada?


Sendo assim tão como eu 
não é justo me trocar 
por um idiota grandão,
só porque eu não sou mais velho
do que a nossa emoção.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Há preciosidades que só olhos bem treinados podem perceber



Há preciosidades que só olhos bem treinados podem perceber
Há tesouros que só podem 
Ser encontrados, há quem diga que, ao acaso
Há quem diga que entregues pelo destino
E há aqueles que dizem ser obra das mãos do Criador
.
Sorte? 
Merecimento?
Era para ser!

Porque 
Nem todas as coisas podem ser compradas
Nem tudo pode ser roubado
Tirado, emprestado ou vendido
Há dádivas que só podem ser oferecidas 
Espontaneamente

Por isso
Não alugo
Não vendo
O que eu tenho de melhor 
Deve ser dado livremente
Para quem livremente tenha encontrado 
O melhor em mim.