O dia de hoje, Dia da Consciência Negra, me faz pensar, dentre tantos temas, sobre meu papel de educadora. Na verdade, tenho pensado sobre isso desde que adentrei o primeiro ciclo do Ensino Fundamental, quando as crianças estão em formação em todos os aspectos da vida: intelectual, social, cidadã etc.
E, em uma aula dessas, falando exatamente sobre Consciência Negra, um aluninho de 7 anos disse: "Eu não tenho preconceito. O 'Alex' é negro e eu sou amigo dele". Ali, eu vi o quanto o "Alex" ficou desconfortável com a afirmativa. Sim: eles são melhores amigos! Contudo, nesse momento, eu presenciei a reprodução do racismo estrutural. Obviamente, pensemos, amigos, uma criança, nesta fase da vida, não é capaz de formar tais opiniões, especialmente, as racistas. Ela tão somente reproduz o que aprende.
O racismo existe! É fato. E a data de hoje deve servir de reflexão para todos, como sociedade, de maneiras de acabar com a segregação racial que se replica em nossas casas, em nossas escolas, em nossos trabalhos, no cotidiano, incessantemente. Não é apenas nos jornais que acontece, com pessoas desconhecidas, o que, por si só, já deveria nos alarmar e nos motivar a fazer algo para mudar essa realidade escancarada; mas, para além disso, o racismo acontece no cotidiano das pessoas que conhecemos, que amamos, todavia, ainda fechamos os olhos.
Pensemos, como sociedade, se estamos sendo reprodutores de racismo. E, como educadores - que todos somos, não apenas os graduados -, o que estamos ensinando às futuras gerações.