domingo, 26 de maio de 2013

Eu Paradoxo






De repente, temos a sensação de ter feito o certo, de ter invadido na hora exata, de ter falado palavras precisas. Mesmo quando o resultado não é o desejado, quando não corresponde às nossas expectativas, a sensação do dever cumprido é aliviadora. 

Eu sei que não guardei o que eu tinha que dizer. Eu apenas disse. E daí se não deu certo? E se desse? Eu não tenho medo nem de “sim”, nem de “não”. Quanto mais do silêncio! 

Eu sou o silêncio! Aquele que verte-se em palavras na hora exata!

Eu sou as palavras exprimidas em meio às dores da alma, que acalmam quando pronunciadas.

Eu sou um coração repleto de esperanças de uma vida melhor. 

Eu sou uma nova vida, querendo ser vivida a plenos pulmões.

Eu sou o hoje, o agora! Mas também sou o amanhã.

Eu sou a dor aliviada, eu sou o amor que não deu certo. E sou o que dará.

Eu era agonia. Agora sou expressão.

Fui decepção. Agora sou cheia de futuro.

Sou um misto de “que pena que não deu certo!” com “quem é que conhece o amanhã?”.

Eu sou os meus muitos defeitos, mas também sou perfeição.

Eu sou aprendizagem e sei que o mundo dá voltas. Se eu fui palavras, agora sou silêncio, até poder me tornar em sons outra vez. Quem sabe música, quem sabe poema, quem sabe confissões?

E no silêncio eu canto, eu rio, eu choro, eu rezo, eu simplesmente espero. 

Sei que nada é definitivo. Não existe "para sempre", assim como não existe "nunca". As coisas mudam, assim como eu mudo, porque, sim, eu sou uma metamorfose ambulante. E é assim que eu prefiro ser.

Mas, eu não sou mentira. Eu sou verdade. Sou sentimento e sentimento bem real. Se vivido, eu sou um sentimento palpável, demonstrável, concreto. Não sou ilusão. Eu sei o que eu quero, sei o que eu posso e sei quando não vai dar.

Eu também sou expectativa, porque sei que o que é decepção pode tornar-se em esperança, e o que é saudade, em presença!

Eu sou presença de um Deus imenso que não me deixa cair, quando o mundo desaba. 

Eu sou um paradoxo.


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