De repente, temos a
sensação de ter feito o certo, de ter invadido na hora exata, de ter falado
palavras precisas. Mesmo quando o resultado não é o desejado, quando não
corresponde às nossas expectativas, a sensação do dever cumprido é aliviadora.
Eu sei que não guardei o que
eu tinha que dizer. Eu apenas disse. E daí se não deu certo? E se desse? Eu não
tenho medo nem de “sim”, nem de “não”. Quanto mais do silêncio!
Eu sou o silêncio! Aquele que
verte-se em palavras na hora exata!
Eu sou as palavras exprimidas
em meio às dores da alma, que acalmam quando pronunciadas.
Eu sou um coração repleto de
esperanças de uma vida melhor.
Eu sou uma nova vida,
querendo ser vivida a plenos pulmões.
Eu sou o hoje, o agora! Mas também sou o amanhã.
Eu sou a dor aliviada, eu
sou o amor que não deu certo. E sou o que dará.
Eu era agonia. Agora sou
expressão.
Fui decepção. Agora sou cheia
de futuro.
Sou um misto de “que pena
que não deu certo!” com “quem é que conhece o amanhã?”.
Eu sou os meus muitos defeitos, mas
também sou perfeição.
Eu sou aprendizagem e sei
que o mundo dá voltas. Se eu fui palavras, agora sou silêncio, até poder me
tornar em sons outra vez. Quem sabe música, quem sabe poema, quem sabe
confissões?
E no silêncio eu canto, eu
rio, eu choro, eu rezo, eu simplesmente espero.
Sei que nada é definitivo.
Não existe "para sempre", assim como não existe "nunca". As coisas mudam, assim
como eu mudo, porque, sim, eu sou uma metamorfose ambulante. E é assim que eu
prefiro ser.
Mas, eu não sou mentira. Eu
sou verdade. Sou sentimento e sentimento bem real. Se vivido, eu sou um sentimento
palpável, demonstrável, concreto. Não sou ilusão. Eu sei o que eu quero, sei o
que eu posso e sei quando não vai dar.
Eu também sou expectativa,
porque sei que o que é decepção pode tornar-se
em esperança, e o que é saudade, em presença!
Eu sou presença de um Deus imenso que não me deixa cair, quando o mundo desaba.
Eu sou um paradoxo.
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