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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

EU ODEIO COMEÇOS

Eu odeio começos! 

Começos de filmes, quão enfadonhos são! Aquele começo chato musical, suspense, quem são os personagens? Quais seus nomes? Onde moram? Qual a história? Eu odeio os primeiros 20 ou 30 minutos de filme. Mas, quando começa a entrar na história... Ah! Como eu amo a história que se desenha, que se avizinha, que se desvenda!

Eu odeio começos!
Começos de conversas, quão enfadonhas são! Hoje está tão calor... Mas, diz o jornal que vai chover no fim de semana... Eu nem gosto de chuva, mas está precisando. Como são chatos os começos de conversa, especialmente, com estranhos, em ubers, em filas. Filas já são tão enfadonhas... Início de conversa com estranho em fila então! E, quando a conversa está ficando interessante, que começamos a conversar intimamente sobre uma série ou livro ou término de relacionamento: SENHA BNH382. Até logo, caro novo amigo que, com sorte, nunca mais verei.

Eu odeio começos!
Começos de escritas, quão desmotivantes são! Não tenho a ideia... Tenho a ideia, mas não sei como começar... Tenho o começo, mas não sei a próxima linha... E assim vai até umas três ou quatro tentativas de ideias, de inícios. Até que a história emenda, o poema rima e tudo flui. Sim, gostei do final!

Eu odeio começos!
Começos em trabalhos... nova vida, nova profissão, quão desimpolgantes são! Conheça fulano, este é cicrano, este departamento te ajudará nisso... não é desse jeito e nem desse outro... tente assim... não saia... não entre... não chegue cedo... não chegue tarde... não vá embora... você ainda está aqui? Mas, quando já conhecemos as pessoas e os procedimentos, que satisfação é cumprir nossa missão!

Eu odeio começos!
Começos de canções desconhecidas, quão chatas são! A avidez por conhecer... Como será o refrão? Do que fala a música? Qual a parte mais gostarei? Por isso, prefiro as musicas as quais já conheço os começos de cor, que já são uma extensão da minha vida, da minha alma!

Eu odeio começos! 


Mas, de todos os começos, os que mais odeio são os começos de amores. E quão enfadonhos são! Devo ligar ou não? Posso procurar ou não? Devo dizer isso ou não? Esse assunto é bom para essa fase ou não? Devo contar este segredo ou não? Devo falar do meu ex? NÃO! Dos meus sonhos e projetos? NÃO! Pode assustá-lo! 

Ah! Começos de amores, quão enfadonhos são! Por isso, atrevo-me a pensar, que não há mais espaço em minha vida para novo amor, nem para velho amor, nem para amor nenhum. Minha alma é poética, e escreve para alguém imaginário, que nunca existirá. É bom amar de mentira! Mas, meu cérebro é racional, e ele me domina. E como odeia inícios, decidiu que é melhor viver no conforto e na paz de não amar ninguém. 

E, viva a liberdade de não precisar viver de eternos começos!

Maíra Vanessa

domingo, 13 de janeiro de 2013

Inspiração


Tem dias que não estamos bem. Tem dias que acordamos para fazer e dizer besteiras, para magoar e ser magoados. E hoje foi um dia desses para mim, infelizmente. Então sentei-me e, como sempre, tentei escrever algo. Raramente eu escrevo sobre mim, embora no que escreva tenha muito de mim. E foi isso o que escrevi... Não é para agradar, mas, como certeza, foi bastante aliviador e inspirador para mim. Falo de fatos e de pensamentos que têm me norteado. J




Às vezes procuramos inspiração, mas não a encontramos. Na maioria das vezes a inspiração nos encontra. Não estou falando apenas de inspiração para poemas, música, desenhos, fotografia, para um novo romance. Não! Estou falando de inspiração para a vida!

Quando paramos para pensar sabemo-nos repletos de dons. Eu particularmente possuo o dom  da escrita, de aprender e ensinar, possuo o dom de compreender e criticar obras literárias. Possuo ainda o dom da oratória (ou possuía)  e o dom da dança e da atuação (a algum tempo abandonados). E o, recentemente descoberto, dom para culinária. Contudo, não possuo dom para escrever um romance extenso ou uma peça teatral. Não possuo o dom do canto e muito menos para tocar algum instrumento. Todavia, estou eu a fazer aulas de violão e de canto.

Dons necessitam ser desenvolvidos ou perdem-se, como perdi o dom da dança e pretendo recuperá-lo.  Alguns dons ficam por um tempo e depois já não fazem parte mais de quem somos, como o meu dom para a atuação. Alguns dons estão tão arraigados a nós que nem se quiséssemos poderíamos dissipá-los, como é o meu caso da escrita.

Todavia, todos temos dons em comum. O dom do amor, o dom da amizade, o dom do perdão. E como tal, tais dons necessitam ser desenvolvidos, trabalhados minunciosamente e com tamanho empenho, até que passem a fluir naturalmente em nossas veias, fazendo integralmente parte do que somos. Ora, se o dom do amor não é desenvolvido, como terei eu compaixão e serei caridosa? Há pessoas que preferem cultivar o desânimo e o pessimismo. Temos o livre-arbítrio.

Algumas pessoas estão mais propícias a ver a beleza da vida do que outras. Ainda não descobri em qual grupo encontro-me. Um dia pensei bastante sobre isso e cheguei à conclusão de que meu amor pela vida não é tão grande. Não digo pela vida humana. Digo por minha própria vida. Mas, meu medo da morte é enorme. Tudo que inspira morte me aterroriza. E, olhe só, a morte também é um dom! Não só a morte física, mas a morte que tocamos todos os dias. Somos frágeis e estamos em constante mutação. Nada, nenhuma situação nos é definitiva. O que nos era fascínio ontem, já não nos é hoje. Nossas opiniões mudam e ainda bem que mudamos! Se não amo tanto a minha vida, mas tenho tanto medo de perdê-la, então, que eu seja forte e corajosa para enfrentar os percalços que me cercam.

E quantos percalços encontramos! Parece que a todo instante caminhamos por estradas esburacadas e sempre estamos a entrar em um buraco diferente. Às vezes o buraco é tão fundo que não sabemos como sair dele. Outras vezes, quando nos damos conta, já não é mais um buraco, e sim um poço. É o fim do poço! Desespero, angústia, solidão, não saber o que fazer, falta de inspiração. É aí que encontramos as respostas que estivemos procurando desde sempre. É aí que descobrimos quais os caminhos a trilhar e o que nos tem feito chegar ao lugar em que chegamos.

E aí nos perguntamos: até quando? E (re)encontramos a inspiração da vida, (re)encontramos nossos dons e (re)desenhamos nosso destino. Temos planos, projetos a serem realizados. Deus nos manda pessoas para ajudar, alguém que diz: “Você é tão boa nisso... Já pensou em fazer tal curso?” Ou você encontra um antigo colega de faculdade que te diz: “Estão precisando de alguém para trabalhar neste lugar e eu te indiquei.” Ou então, alguém muito especial abre sua janela no Facebook e diz: “Jesus mandou dizer: Alegra-te e saibas que pelo poder da Minha palavra realizarei maravilhas em você.” Ou então, um amigo te liga naquela madrugada em que você chorou tanto e esteve tão infeliz, e fica quase duas horas falando contigo, tentando te animar (e olhe que esse amigo nem gosta de falar ao telefone). E você pensa: “Um amigo assim é presente de Deus”. E o que era escuridão, torna-se em luz. O que era desespero torna-se esperança e o antigo fica para trás. Tal qual a Fênix renascemos de nossas cinzas para um recomeço. E, sim, eu tenho uma inspiração de vida!

Então, malas são desfeitas, amizades refeitas, laços estreitados, sorrisos abertos, a felicidade começa a ser trilhada e nós nos tornamos cada vez mais parte do grande dom inspirador que é a vida.

Maíra Vanessa

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Duras verdades


Fonte: Google Imagens*


E passa-se o tempo e começamos a descobrir duras verdades. A primeira delas é que o tempo realmente passa. Dos 5 aos 15... dos 15 aos 25... e quando percebemos já ficamos para trás. Isso me causa medo!

Depois, descobrimos que todos acabam indo embora, de uma forma ou de outra, quando não somos nós mesmos quem vamos. Alguns tentam adiar a partida. Outros, para que adiar?

Descobrimos que para sobreviver é preciso ser herói, heroína, matar um leão por dia e dormir em cima de árvores. E ter muito cuidado quando se está no chão: sempre há alguém para puxar nosso tapete!

Então, descobrimos que somos imperfeitos.  Não uma imperfeição simples. Uma imperfeição complexa, que começa na imperfeição de um e se estende na imperfeição do outro, numa corrente imperfeita sem fim. 

Fazemos escolhas equivocadas, tomamos caminhos errados, mas, afinal, a culpa é de quem? E descobrimos que não há culpados. Ah! Eternos aprendizes com mestres em construção. Hora sou aprendiz-aprendiz e hora sou aprendiz-mestre, ou seria mestre-aprendiz? E, deste modo, vamos espalhando nossas teorias incompletas e nossas práticas teóricas.

Descobrimos que nunca estamos satisfeitos, que sempre queremos mais. Queremos o que não podemos ter. O que temos já não nos interessa. Saiu de moda, não serve mais. “Quem vive de passado é museu”... e, que belo museu nos tornamos. Museu de dívidas, de pensamentos ruins, de decepções, mágoas, raiva, intranquilidade, infelicidade, depressão! As montanhas são tão atraentes quando estamos no litoral!

Descobrimos que só a chuva cai do céu. Mas, ainda assim, a água tem todo um trabalho para evaporar e formar nuvens, para, então, ser chuva. E, o quão gratificante deve ser chuva! Chuva de verão, chuva torrencial, garoa, temporal! Chuva tão esperada e reclamada aos santos. Chuva surpresa, coisa de São Pedro! Relâmpagos, raios. Raio de sol, arco-íris. Filme, cama, chocolate e alguma coisa que faz falta... e continuará fazendo.


           Descobrimos que somos uma ilha dentro de nós mesmos. Uma ilha imensa, tenebrosa, desconhecida. Mata serrada. Acompanhados, estamos sós. Sós estamos mais sós ainda.


Precisamos de pessoas ao nosso lado para disfarçar nosso medo de nos encontrar conosco mesmos na plenitude de nosso ser. Precisamos da TV ligada para as paredes. Precisamos de música no último volume. Tudo isto porque temos medo de nos escutar. Temos medo de nos conhecer.

Passamos a vida analisando as pessoas, seus defeitos e virtudes, seu caráter, e não olhamos para nós mesmos. Passamos a vida correndo atrás da melhor roupa, do melhor carro, da melhor casa, da melhor comida, do melhor corpo. Acumulamos riquezas e nos esquecemos de que “tudo passa”.

Disfarçamos nossas frustrações comprando e comprando e comprando e... esquecemos que frustrar faz parte do crescer. Sim! Temos medo de crescer e temos medo da liberdade que o crescimento nos confere. A prisão  é cômoda. Não é boa, mas é cômoda.

Somos tortos, cabeça dura, erramos bastante, mas também acertamos. Descobrimos duras verdades e a maior delas é que podemos ser nossa melhor ou nossa pior companhia. Só precisamos escolher um lado. 

Maíra Vanessa

*Todas as imagens foram recolhidas de fontes externas e todos os direitos são reservados aos seus autores. Imagem extraída de: google.com.br >> Imagens, docerefugio.blogs.sapo.pt, em 09/01/2013.