segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Bilhete (Mário Quintana)

Hoje compartilho um poema que gosto muito, que é para mim uma antítese entre crer no amor e não crer em "para sempre". Digo isto, pois o eu-poético parece não acreditar nessas coisas, como em  "E viveram felizes para sempre", "Até que a morte os separe" e amores eternos entre enamorados. Nem em declarações de amor gritantes, serenatas etc. Embora, apesar de tudo, na minha humilde opinião, não tire a possibilidade (do eu-lírico) de viver um amor.
Será que crer no caráter finito dos sentimentos, principalmente do amor, é algo ruim?
E crer que durará pela eternidade é sempre ilusão?
Bom, o que ninguém pode negar é que depois de sofrer desilusões amorosas, o ato de amar novamente tem de ser "bem devagarinho".
E você, o que pensa sobre o poema?






Bilhete
(Mário Quintana)


Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...