sábado, 12 de abril de 2025
quinta-feira, 3 de abril de 2025
A Audiência
Uma da filhas de um rei muito justo e amoroso pediu uma audiência com o pai numa manhã ensolarada. Ao adentrar o recinto, ela viu o pai a quem tanto amava sentado em seu trono imponente. E ela sentiu que o amava muito, porém já não tinha tanta admiração por ele, pois ele a havia negligenciado.
Dobrou-se diante do rei e proferiu as seguintes palavras:
-- Pai, como sabes tenho sido uma boa filha. Tenho te obedecido em tudo e em meus erros tenho tentado me emendar, porque sou de natureza imperfeita. Todavia, muito tenho sentido porque tudo o que o senhor me prometeu não foi cumprido. Por isso, pai, eu estou muito triste com o senhor. Então, venho te informar que, a partir de hoje, me sinto desobrigada a cumprir seus preceitos. O senhor me fez uma promessa e não a cumpriu e, por isso, eu me sinto frustrada e infeliz. Assim, de hoje em diante, eu farei o que eu quiser da forma que eu achar que me traz mais satisfação, desconsiderando tudo aquilo que o senhor espera de mim, já que o que eu mais esperei de ti, tão importante para mim, o senhor desprezou. E sei que o senhor tem a obrigação de me proteger e não pode me castigar, porque eu confiava tanto no senhor, mas o senhor, que cumpriu tudo o que prometeu a todos os seus outros filhos, não cumpriu o que prometeu a mim, que tanto fiz para te agradar.
sexta-feira, 28 de março de 2025
DECLARAÇÃO
Se você estiver pensando
O que eu quero de você,
Quero o que você
Quiser me dar:
Seu desprezo,
Sua amizade
Ou seu amor!
O que vier de você
Eu aceito de bom grado
Com todo amor do mundo!
Ass.: A mesma de antes, um pouco mais consciente
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
VENCEDORA DE CONCURSO DE POESIA?
SIM!
Fui uma das selecionadas no 1° Concurso de Poesia da Editora Motta & Martins, cuja premiação foi a inclusão na Antologia Poética Âmago e, claro, ganhei o exemplar.
Fiquei imensamente feliz, pois é, de certo modo, um reconhecimento da minha escrita, da minha rima, dos meus versos.
Sonhos se realizam. Os meus vão, aos poucos, ganhando cheirinho de realidade.
Cartinha que veio junto do exemplar.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
VERSOS VISCERAIS
Os versos que ora
rabisco
Saem de algum
canto oculto do coração
Saem de algum
canto íntimo da alma
E não consideram
muito a razão
Os versos que ora
escrevo
São sobre o que
senti
São sobre o que
sonhei
Mas que por
infelicidade não vivi
Os versos que ora
apago
Expõem-me demais
Se alguém os
lesse, leria meu ser
Pois são versos
completamente viscerais
quarta-feira, 31 de janeiro de 2024
Coisas que eu queria te dizer, mas não posso
Queria te dizer que te amo
Queria te dizer que queria estar agora pertinho de você
Queria te dizer que queria te ver todos os dias
Queria te dizer que sinto tanto sua falta,
Tanto que quase explode meu coração
Queria te dizer que você é a luz dos meus dias
Mas que também é imensa dor em minha alma
Queria te dizer que queria fugir para longe
Para arrancar você de mim e dos meus pensamentos
E que queria desistir de te amar,
Sair de vez desse tormento
Mas como?
Como?
Onde está a resposta?
Queria te dizer que é difícil fingir que você não existe
Que é difícil não ter ciúme de você
Que é difícil não te desejar
Mais difícil ainda é não te ter
Queria te dizer que eu existo
Que, ei, estou aqui
Que não sou mais uma
Queria te dizer que por baixo de toda minha marra
E falso desprezo
Existe alguém que reza
Todas as noites
Para que você seja imensamente feliz
Queria te dizer aquilo que palavras não dizem
Queria te dizer o que vem da alma e do coração
Novamente, que amo
E repito, te amo
Sim, sim, sim, eu te amo
E se dissesse mais estaria plagiando todos os poetas
domingo, 14 de janeiro de 2024
Natimorto
Hoje, ele me atirou
Do vigésimo andar
Com apenas oito palavras
E o que era amor
Tornou-se em nada
E o que seria amor
Tornou-se em agonia
O que quisera ser amor
Nem mesmo poesia
Morreu com aquelas
Oito palavras mal ditas
Talvez mal compreendidas
Mal explicadas
Mal expressadas
Que poderiam ter sido apagadas
Retratadas
Mas foram mantidas
Reafirmadas
Amor natimorto
domingo, 15 de outubro de 2023
O problema dele
sábado, 7 de outubro de 2023
Feriado
Deixe-me na bagunça organizada de meus livros
Em meio aos retratos de um longínquo passado
Na música quase inaudível do velho rádio toca-fitas de rock dos anos 80
Deixe-me com meus pensamentos agitados
Na escuridão de meu quarto de menina que por ora abriga a mulher
Quase senhora, mulher, com uma vida por fora e outra por dentro, mulher
Deixe-me com as luzes apagadas
Na escuridão de meu sofrimento, de meu coração
Que transborda num sorriso verdadeiro, verdadeiramente sincero
Para aqueles que o vêem na rua
No trabalho, em minhas funções, em meu cotidiano
Por ora apagado
Deixe-me com meus filmes repetidos
Com minhas roupas velhas e puídas
Com meus cabelos despenteados e com alguns fios brancos que ainda não foram arrancados
Deixe-me com minhas anotações
Com minhas insistentes orações
Deixe-me sozinha, com minhas mágoas e insatisfações
Com meus sofrimentos e desilusões
Com meus cansaços e incertezas
Apenas deixe-me
Só tenho hoje para chorar
quarta-feira, 27 de setembro de 2023
Talvez um dia
Talvez, um dia,
Ela se torne poesia
No momento não
É chuva de verão.
Talvez, um dia,
Ela apenas sorria
No momento não
Falta um coração.
Talvez, um dia,
Não importe a agonia
No momento não
Ela é solidão.

