segunda-feira, 18 de outubro de 2021

domingo, 17 de outubro de 2021

MONTANHA-RUSSA


Entre temeroso
Suba devagar
Desça em adrenalina
Explore minhas emoções
E minhas zonas erógenas
Não se afobe
Deixe-me te conquistar
Abra-se às novas sensações
Não escute o que eu disse
Apenas ouça meus gemidos
Aproveite a estadia
É curta
Contemple a paisagem
Você nunca viu nada igual
E, quando terminar,
Pegue um novo bilhete
Vá para o fim da fila
E viva, em mim,
Nova expectativa. 

Maira Vanessa

sábado, 16 de outubro de 2021

VÍCIO


Não falo
Não estudo
Não trabalho
Não assisto
Não ouço
Não como
Não durmo
Não escuto
Não descanso
Não discuto
Não saio
Não fico
Não discurso
Não vejo
Não quero
Não sinto
Não faço
Não reflito
Só penso
Nele... Ah! ...

Maira Vanessa

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

NÃO SE ENGANE

 

Não se engane
Não se assuste
Eu não sei ser diferente
Eu roubei, matei
Fui roubada e assassinada
Seis vezes me mataram
E não sei se vivo
Escuto a canção do vento
O tempo voa
O tempo parece não passar
Lá fora a tempestade
Grita o que há em mim
Estou morta?
Estou viva?
Não se assuste
Se é tão importante
Que me queime
Que me vele
Que me assassine
Apenas descubra
Se é possível
Me matar mais uma vez
Contudo não se assuste
Pois posso estar dormindo
E você ser a parte mais 
Bela
Do meu pesadelo

Maira Vanessa

sábado, 25 de setembro de 2021

POEMA DE GUARDANAPO


No papel, Inverno
No coração, Verão
Floresce o querer
Mesmo fora da estação.

Pensamento voa longe
Esquecendo solidão
Quer a alma encontrar
Quem "tá" perto da estação.

Pode isso, seu moço?
Responda "sim" ou "não"!
Que amor se plante de vez
Perto e longe da estação.


Maíra Vanessa

sábado, 27 de maio de 2017

RESENHA DE “50 TONS DO SR. DARCY” (SPOILER)



Quem ainda não ousou a pelo menos assistir Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice) e 50 Tons de Cinza (Fifty Shades of Grey)? O primeiro, um clássico de Jane Austen, da Literatura Inglesa, tão estudado, lido e relido, passado de mãe para filha, de geração em geração, e que é um dos livros que eu, particularmente, mais gosto. O segundo, de Erika L. James, também britânica, uma explosão entre as jovens contemporâneas, que sonham com um príncipe moderno e convenientemente rico, capaz de promover a descoberta de sua sexualidade em seus níveis mais profanos.

Contando a história da orgulhosa Elizabeth Bennet, no final do século XVIII, quando mocinhas deviam bordar, desenhar, pintar, dançar, aprender línguas modernas, dentre outras prendas, Orgulho e Preconceito retrata a vida campestre de Elizabeth Bennet, uma jovem que tem ideias próprias, opiniões formadas e, por isso mesmo, é a queridinha do papai, aquela, que pode até mesmo recusar um bom casamento. O pai, todavia, sabe que a segunda filha jamais se entregará a um homem que não a mereça, nem mesmo por 10 mil libras anuais. E o Sr. Bennet realmente acredita que não há na face da Terra homem capaz de merecer sua querida Lizzy. Então, entra na vida da moça o ricaço, lindo, porém prepotente, Sr. Darcy, que, ao longo da história provará a Elizabeth que não se pode julgar aos outros sem antes conhecer.

Resuminho bem resumido de uma história cheia de intrigas, ironias e cartas, e muito mais interessante do que esta pobre beletrista faz parecer, passemos aos 50 Tons de Cinza. Eu não tive a oportunidade de ler o romance contemporâneo, mas, como moça interessada que sou, assisti, ainda que relutante, já que eu não sou dada a modismos e a literatura ruim (eu exercitando meu lado Elizabeth Bennet com meus pré-julgamentos), ao filme, que, aliás, veio a agradar-me bastante. Aquele ar de suspense, o contraste entre Anastasia Steele, moça virgem, que apaixona-se por um dominador, além do clima de mistério e romance, são bastante interessantes.

Mas, tenho que ser sincera: não foram as partes eróticas que mais me agradaram, apesar de a maioria das mocinhas preferirem-nas; o que mais me animou foi sim o enredo, cheio de dramas e suspenses, no qual senti-me mergulhar e querer incessantemente conhecer os mistérios do jovem bilionário, e não obstante lindo, com um tanquinho invejável, Christian Grey. Aliás, o ator Jamie Dornan virou meu preferido, depois de Chris Evans (O Capitão América) e Zac Afron (Um Homem de Sorte), todos ridiculamente maravilhosos.

Mas, deixemos de delongas e vamos direto ao que interessa: a paródia grotesca, nada intrigante e desmotivante “50 Tons do Sr. Darcy” da autora pseudônima Emma Thomas. O livro, que não ouso chamar de obra, tenta verter aos personagens de Jane Austen as características morais dos de 50 Tons de Cinza, tudo claro, repleto de caricaturas, do contrário não seria uma paródia.

É claro que misturar um clássico com um drama erótico contemporâneo só poderia dar em uma coisa: merda! Desculpem-me o palavreado, mas não tenho outra descrição para dar, e qualquer verbete que eu tente usar para substituí-lo, culminará em um sinônimo igualmente inapropriado (tal como bosta).

O Sr. Darcy, com traços de Christian Grey, é um pseudo-pervertido sexual, iniciado nas artes do BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) pela Lady Catherine, na tradução tratada pelo sobrenome “De Bruços”, que faz as vezes de Elena Lincoln. Ela sim é uma sádica sexual, que está sempre a caráter e pronta para dar vazão às perversões sexuais. Seus servos vestem-se igualmente a caráter, de “CUECÃO DE COURO, MANO”! As partes em que a megera aparecem são realmente de perversão, embora nada eróticos, mas muito vulgares.

Aliás, se você procura erotismo, não leia 50 Tons do Sr. Darcy.

A mãe de Elizabeth é a outra pervertida da história. Abro um adendo para explicar que no livro Elizabeth não tem pai, mas padrasto, e, não se sabe por que bulhufas, as meninas herdam o sobrenome dele, Bennet. Será que todos os maridos da Sra. Bennet eram “Bennets”, tal como as mulheres da bíblia, no antigo testamento, que quando perdiam os maridos tinham que casar-se com parentes próximos até terem um herdeiro (do sexo masculino)? Não creio que a autora tenha querido passar esta impressão. Aliás, penso que ela não tenha querido passar impressão alguma!

Mas, voltando à Senhora Bennet, o desejo dela é que as filhas tenham o maior número de relações sexuais possíveis, que estejam sempre prontas a deixarem-se ser bolinadas pelos cavalheiros interessados.

Jane é Jane, Mary é uma mocinha que tem relações com seu professor de piano e acaba por engravidar, Kitty quase não aparece e Lydia continua sendo a desonra da família, mas, desta vez, por tornar-se uma estagiária, com pretensões profissionais assalariadas, com certa propensão à mudança de sexo.

Elizabeth Bennet, tal como a maioria das mocinhas, tem o dever de salvar o anti-herói, neste caso Sr. Darcy, e é totalmente passiva, diferente da personagem de Jane Austen, mas bem estereotipada como Anastasia Steele, só que sem tanta insegurança. E, em função disso, aceita ser escrava sexual do Sr. Darcy. Todavia, não há em nenhum momento relações sexuais entre ambos, tanto que o que a moça mais anseia durante todo o livro é ter um orgasmo, o ela consegue no fim da história, não sendo nada erótico. E, consegue, obviamente, salvar o amado. As cenas de espancamento entre Elizabeth e Darcy nunca a fazem sentir nem dor, nem medo, pelo contrário, trazem a ela a ânsia de sentir alguma coisa, afinal, apanhar com um jornal não dá. Essas partes são até engraçadinhas, mas apenas isso.

O livro é ruim, maçante, cheio de anacronismos propositais, piadas ruins, enfim, uma perda de tempo para quem gostou de ambas as obras parodiadas. Poderia ter sido melhor escrito, ter tido piadas de melhor gosto. O personagem do Sr. Bingley, tratado por Sr. Bingulin, fora simplesmente deplorável, um surfista simplório, nada meigo e sem graça.

Todavia, há uma tentativa de crítica de ambas as obras dentro da paródia, mostrando alguns excessos de 50 Tons de Cinza, tal como, o estereótipo de mocinha (bela, recatada e do lar) e de mocinho (o olhar 43 do Sr. Darcy), o culto ao corpo perfeito (o tanquinho do Sr. Darcy); e caricaturando certos aspectos de Orgulho e Preconceito, como as cartas, as distâncias etc; contudo, tudo feito de modo muito superficial, a não ser o olhar de Sr. Darcy, que sempre está em evidência.

 O que eu achei um pouquinho convincente é que no livro 50 Tons de Cinza, há um trocadilho entre Grey, que é o sobrenome do anti-mocinho e da cor cinza. Já na paródia, o trocadilho está na palavra Shades (Fifty Shades of Mr. Darcy), que pode significar tanto “tons”, quanto “abajures”. No fim da paródia, o Sr. Darcy revela-se não com uma personalidade tão profunda, aliás, é bem superficial, mas como sendo um colecionador inveterado de abajures.

Enfim, por R$10,00 eu o comprei e foram os R$10,00 mais mal gastos de minha vida. Poderia ter comprado uma ampola que Pantene 3 minutos milagrosos, que meu cabelo estaria mais sedoso, e ainda sobraria troco.

De 5 estrelas, dou 1 e ½ a esse livro.

Podem me chamar de mal humorada, eu aguento!

(Maíra Vanessa)

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Lembrança de Morrer - Álvares de Azevedo

     O poeta brasileiro Álvares de Azevedo (1831-1852), conhecido como o noivo da morte, pertenceu à fase Ultrarromântica do Romantismo. Teve inspiração, dentre outros, no grande poeta britânico Lord Byron.

     Por ter perecido tão cedo em função de uma tuberculose, não tivera tempo de concluir seu curso de Direito e nem de amadurecer poeticamente, como apontam alguns críticos literários. 

     Embora tenha muitos poemas com temática mórbidas, Álvares de Azevedo, como bom poeta do romantismo, também sofrera de amor platônico, o que fora retratado em seus poemas. Sua obra de maior expressão foi Lira dos 20 Anos (Antologia Poética, 1853), da qual foi extraído o poema a seguir:


 LEMBRANÇA DE MORRER


Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
... Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade... é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade... é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!

De meu pai... de meus únicos amigos,
Pouco - bem poucos... e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.

Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua pratear-me a lousa!

sábado, 21 de maio de 2016

Cantos Novos - Federico Garcia Lorca



CANTOS NOVOS

Diz a tarde: "Tenho sede de sombra!"
Diz a lua: "eu, sede de luzeiros."
A fonte cristalina pede lábios
e suspira o vento

Eu tenho sede de aromas e de sorrisos,
sede de cantares novos
sem luas e sem lírios,
e sem amores mortos.

Um cantar de manhã que estremeça
os remansos quietos
do porvir. E encha de esperança
suas ondas e seus lodaçais.

Um cantar luminoso e repousado
cheio de pensamentos,
virginal de tristezas e de angústias
e virginal de sonhos.

Cantar sem carne lírica que encha
de risos o silêncio
(um bando de pombas cegas
lançadas ao mistério).

Cantar que vá à alma das coisas
e à alma dos ventos
e que descanse por fim na alegria
do coração eterno.


Federico Garcia Lorca - In Livro de Poemas

sábado, 30 de abril de 2016

Só Tu (Paulo Setúbal) - Poema de Laços de Família

E agora, com a reprise da novela "Laços de Família" (2000 - 2001), de Manoel Carlos, vemos citado novamente, e tantas vezes, o poema que, na minha opinião, fora eternizado por causa do folhetim. 

Camila e Edu apaixonam-se ao som de Balada do Amor Inabalável, do Skank, e envolvidos pelo poema Só Tu, de Paulo Setúbal.


Eu, particularmente, quando escuto este poema, sou levada à minha pré-adolescência e recordo-me de tantas coisas que se passaram e do poema copiado em meu diário. 
Que saudade!

Mas, você sabia que este poema não apareceu recitado e embalando amores pela primeira vez em Laços de Família? Sim, caro leitor! Em outra novela, Manoel Carlos já havia exposto Só Tu. Isso aconteceu em a Sucessora, folhetim das 18h exibido entre os anos de 1978 e 1979, cuja cena retrata o poema escrito pela personagem Luiza a seu amado, e até então impossível amor, Miguel. Confira o poema e a recitação de Luiza a seguir!

Beijos!


                                                                          Laços de Família 

Só Tu 

(Paulo Setúbal)


De todas que me beijaram,

De todas que me abraçaram,

Já não me lembro, nem sei...

São tantas as que me amaram!

São tantas as que eu amei!



Mas tu - que rude contraste!

- Tu, que jamais me beijaste,

Tu, que jamais abracei,

Só tu, nest'alma, ficaste,

De todas as que eu amei.






sábado, 5 de setembro de 2015

DE QUEM É A PRIMAVERA?




A Primavera é uma das estações mais esperadas todos os anos, porque traz com ela as flores, que perfumam as casas, as ruas, os prédios e os jardins
Mas, de quem é a primavera?
A primavera é das crianças, porque tem sol e calor, essenciais para boas horas de brincadeiras.
A primavera é dos jovens, porque propicia as grandes paixões.
A primavera também é dos adultos, que trazem rosas para enfeitar toda a casa.
A primavera é, ainda, dos velhos, que relembram suas primaveras, momentos felizes, e fazem planos para os próximos cinquenta ou cem anos.
A primavera é, enfim, dos animais, pois as florestas se enfeitam mais para os bichos selvagens e os animais domésticos saem para passear nas praças.
A primavera é obra de Deus a nos lembrar que Ele nos ama e está em toda a parte.

A primavera tem início no dia 23 de Setembro e termina no dia 21 de Dezembro, dando lugar ao verão. Enquanto é primavera, vamos aproveitar as flores, os perfumes, nos divertir e amar.

(Maíra Vanessa)