domingo, 2 de julho de 2023

Poema Subjetivista

Fico me perguntando 

Se eu sei o que é o amor

Porque muito certamente 

Tenho amado constantemente

A ideia de amar


Não a pessoa

A pessoa não importa

Não importa o momento

Qualquer um pode ser objeto 

Dos meus afetos, dos meus sonhos

Do meu mais profundo sofrimento


Fico me perguntando

Se algum dia amarei alguém de verdade

Se haverá no meu coração 

Um cantinho aconchegante e acolhedor 

Para alguém que verei 

Com os olhos verdadeiros do amor


Porque o amor que ora sinto

É raso e obscuro

Só vê ilusões criadas por uma falsa ideia 

Do que seja amar


Mas então creio que verei o amor 

Em águas límpidas e profundas

Verdadeiras e sinceras

Nos braços de quem é real

Tangível honesto e concreto


Será medo de amar de verdade?

Será avidez em manter o afeto?

Será que eu finjo amar 

Chegando a fingir que sofro?


Meu amor é como uma enxaqueca

Que com umas três dipironas passa 

Mas na semana que vem

Posso me preparar

Que outra enxaqueca vem


Talvez me falte um pouco de autoestima

Talvez me falte coragem

Talvez me falte um grande amor


Talvez me falte ser amada

Com intensidade

Com verdade

Com pureza 

Por alguém que seja 

Verdadeiramente 

Capaz de transbordar


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