domingo, 2 de julho de 2023

Poema Subjetivista

Fico me perguntando 

Se eu sei o que é o amor

Porque muito certamente 

Tenho amado constantemente

A ideia de amar


Não a pessoa

A pessoa não importa

Não importa o momento

Qualquer um pode ser objeto 

Dos meus afetos, dos meus sonhos

Do meu mais profundo sofrimento


Fico me perguntando

Se algum dia amarei alguém de verdade

Se haverá no meu coração 

Um cantinho aconchegante e acolhedor 

Para alguém que verei 

Com os olhos verdadeiros do amor


Porque o amor que ora sinto

É raso e obscuro

Só vê ilusões criadas por uma falsa ideia 

Do que seja amar


Mas então creio que verei o amor 

Em águas límpidas e profundas

Verdadeiras e sinceras

Nos braços de quem é real

Tangível honesto e concreto


Será medo de amar de verdade?

Será avidez em manter o afeto?

Será que eu finjo amar 

Chegando a fingir que sofro?


Meu amor é como uma enxaqueca

Que com umas três dipironas passa 

Mas na semana que vem

Posso me preparar

Que outra enxaqueca vem


Talvez me falte um pouco de autoestima

Talvez me falte coragem

Talvez me falte um grande amor


Talvez me falte ser amada

Com intensidade

Com verdade

Com pureza 

Por alguém que seja 

Verdadeiramente 

Capaz de transbordar


Poeminha da Saudade

Hoje eu queria ver 

O sol nascer na praia

No vento, no frio

No píer

No aconchego dos seus braços

quarta-feira, 28 de junho de 2023

De tanto fingir que eu não amava

De tanto fingir que eu não amava

Para não sentir saudades

Foi que o amor

Se perdeu na distância


Porque o amor

Se não alimentado na presença

No afeto e na calmaria da rotina


E na violência da volúpia carnal

Murcha como murchariam as rosas

Que ele um dia me daria

Alguém Disse

Alguém disse 

Que o amor é irracional.

Mas quem disse que 

Eu quero raciocinar...

Se eu só penso nele?!

Ah!

Duvido

Só Duvido 

Que depois de me conhecer

Ele possa viver sem mim

Duvido!

Hipocrisia

Há pessoas que se enganam! 

Fingem que estão com a pessoa certa ... 
Fingem que estão no emprego certo ... 
Fingem que estão indo bem ... 

Fico me perguntando: 
Será que fingem para si mesmas 
Que são felizes também?

Não posso ser assim! 
Ou vivo de verdade 
Ou sofro como ninguém 

Todavia quem pode com a intensidade 
De quem, da hipocrisia 
Nada, nada convém?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

10 ANOS DE BLOG

Neste ano de 2023, este blog completa 10 anos. Como a gente muda em uma década!
Com total certeza, meu jeito de escrever mudou, meu modo de pensar a vida
também. A menina que existe dentro de mim e queria mudar o mundo, ainda pensa em
mudá-lo, mas de uma forma mais pacífica. Só uma coisa não mudou: posso me
enganar o quanto for, mas serei sempre a mesma romântica, que pensa e respira
poesia. E como não poderia deixar de ser, deixo aqui um poema que fala sobre o
tempo, desejando que os próximos 10 anos sejam ainda mais repletos de poesias.

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PASSE A EXPRESSÃO 

 

Esses tais artefatos
que diriam minha angústia,
tem umas que vêm fácil,
tem muitas que me custa.
Tem horas que é caco de vidro,
meses que é feito um grito,
tem horas que eu nem duvido,
tem dias que eu acredito.
Então seremos todos gênios
quando as privadas do mundo
vomitarem de volta
todos os papéis higiênicos.

 

Paulo Leminski

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

VENCI MEU PRIMEIRO CONCURSO DE CONTOS

 Olá, queridos leitores!


No dia 22 de Julho do presente ano, inscrevi-me em meu primeiro concurso de contos: o 52° Concurso Nacional de Contos e Poesias Abdala Mameri promovido pela Academia de Letras e Artes de Araguari (ALAA).

Não contei nada para ninguém, uma vez que sou um tanto tímida. 

Qual não foi minha surpresa quando no dia 05 de Novembro recebi o seguinte email:


Fiquei imensamente feliz: Primeiro concurso, Primeiro Prêmio. Estava na escola onde dou aulas. Liguei para minha mãe e mandei mensagem para meus familiares contando a bela novidade. Todos ficaram muito contentes!

Fui à premiação no Club Pica-Pau de Araguari, no último dia 27, onde recebi um certificado e uma promessa de R$1.000,00, prêmio do primeiro lugar. Fui convidada a fazer discurso, que eu já havia preparado anteriormente. 

Foi um belo momento. Logo postarei o meu conto vencedor.

Finalizo dizendo: Acredite em seus sonhos! Eles se realizarão!


Beijos!


Maíra Vanessa

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

EU TE AMO


Eu te amo
Nada mais 
Tenho a declarar
Eu te amo
Assim, amando
Só por amar
Pergunto-me o porquê
Mas não sei a resposta
O que clama meu coração
É que te amo
Puramente
Sem razões lógicas
Sem motivos aparentes
Sem desculpas 
Sem necessidade
Eu te amo
E nada mais
O resto é poesia ao vento

sábado, 20 de novembro de 2021

CONSCIÊNCIA NEGRA


 

O dia de hoje, Dia da Consciência Negra, me faz pensar, dentre tantos temas, sobre meu papel de educadora. Na verdade, tenho pensado sobre isso desde que adentrei o primeiro ciclo do Ensino Fundamental, quando as crianças estão em formação em todos os aspectos da vida: intelectual, social, cidadã etc.

E, em uma aula dessas, falando exatamente sobre Consciência Negra, um aluninho de 7 anos disse: "Eu não tenho preconceito. O 'Alex' é negro e eu sou amigo dele". Ali, eu vi o quanto o "Alex" ficou desconfortável com a afirmativa. Sim: eles são melhores amigos! Contudo, nesse momento, eu presenciei a reprodução do racismo estrutural. Obviamente, pensemos, amigos, uma criança, nesta fase da vida, não é capaz de formar tais opiniões, especialmente, as racistas. Ela tão somente reproduz o que aprende.

O racismo existe! É fato. E a data de hoje deve servir de reflexão para todos, como sociedade, de maneiras de acabar com a segregação racial que se replica em nossas casas, em nossas escolas, em nossos trabalhos, no cotidiano, incessantemente. Não é apenas nos jornais que acontece, com pessoas desconhecidas, o que, por si só, já deveria nos alarmar e nos motivar a fazer algo para mudar essa realidade escancarada; mas, para além disso, o racismo acontece no cotidiano das pessoas que conhecemos, que amamos, todavia, ainda fechamos os olhos.

Pensemos, como sociedade, se estamos sendo reprodutores de racismo. E, como educadores - que todos somos, não apenas os graduados -, o que estamos ensinando às futuras gerações.