Cercam-me
feito felinos
Mas finjo
que não os vejo
Eu finjo
que não os ouço
Não despertam em mim desejo
Protejo-me
prontamente de seus ataques
Heróis
ou vilões? Demônios ou santos?
Não os
quero conhecer tão cedo
Não provarei jamais seus encantos
Pois
dentro em mim habita uma loba
Não sou
morada de uma gata qualquer
Não escalo
muros, paredes, telhados
Não me
dou fácil para quem me quiser
Noturna,
meu canto é para a lua
Cultivo
intensamente a solidão
Finjo
que durmo, faço-me de morta
Fujo,
jamais imploro por perdão
Eles
não sabem lidar com minha liberdade
Eles
brigam entre si e disputam atenção
Mas quem
pode com a loba selvagem?
Quem
ousará domar seu coração?
Vago
solitária por caminhos conhecidos
Minha
companheira é a sabedoria e só
Rasgo
os inimigos aventureiros nas estradas
Jamais
terei deles piedade, pena, um mínimo dó.
Cercam-me
como perniciosos felinos
Deles
rio, troço, farto de gargalhar
Querer vencer uma loba selvagem?
Pago
para ver quem me domesticará!
Maíra Vanessa
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