quinta-feira, 4 de novembro de 2021
VOCÊ...
quarta-feira, 3 de novembro de 2021
PARA O AMOR QUE VAI CHEGAR
terça-feira, 2 de novembro de 2021
Poema de Sete Faces - Carlos Drummond de Andrade
Boa noite, leitores.
Como o último dia 31 foi o 119° aniversário de Carlos Drummond de Andrade, trago hoje um poema deste enorme poeta brasileiro, mineiro, de Itabira.
O poema a seguir, é o primeiro do escritor que tenho lembrança de ter lido quando eu tinha uns 14 anos.
E, hoje, as sensações que tenho a partir do poema são outras, diferentes daquele tempo, em que eu pensava muito sobre o anjo torto.
Tais sensações: sim, pessoas sofrem e sofremos junto; ser solitário tem seus prós e seus contras, mais prós na verdade; ser diferente pode ser uma salvação, ao contrário do que pregam muitos; o álcool pode ser o princípio de muitos belos poemas, ou seu fim.
E você, o que sente com esse poema?
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Poema de Sete Faces
(Carlos Drummond de Andrade)
sábado, 30 de outubro de 2021
SHAKESPEARE, JANE AUSTEN E RAZÃO E SENSIBILIDADE
Olá, caro amigo!
No post de hoje, venho falar de três obras que amo: Razão e Sensibilidade de Jane Austen, Soneto 116 de Willian Shakespeare, unidos no filme Razão e Sensibilidade de 1995.
Sem dúvidas, Willian Shakespeare (Inglaterra, 1564 - 1616) é um dos mais influentes artistas, não apenas de sua época, mas de todos os tempos. Seus poemas, por exemplo, foram e continuam sendo muito mencionados em várias obras de diversos gêneros, sejam livros, músicas, filmes, dentre outras.
Jane Austen (Inglaterra, 1775 - 1841) é conhecida mundialmente por seus romances, cujas personagens femininas são fortes, com independência de pensamento e opinião e, algumas, até mesmo, irônicas. É minha escritora favorita!
Uma de suas obras que mais gosto é Razão e Sensibilidade (Reason and Sensibility), que em suma, narra a história das irmãs Dashwood. A família é formada pela mãe, Mrs. Dashwood, e suas três filhas, Eleonor, Mariane e a pequena Margaret.
3ª Edição da Martin Claret, 2009.
Tradução de Roberto Leal Ferreira.
Após a morte do patriarca, Mr. Dashwood, as quatro caem na pobreza, uma vez que elas, devido às leis vigentes à época, não têm direito à herança, devido ao fato de a mãe não ter tido um herdeiro do sexo masculino. Então, passam a viver da mísera doação anual advinda do meio-irmão mais velho, filho do primeiro casamento de Mr. Dashwood, John Dashwood.
Tendo de deixar sua casa e sua posição social, e contando com a ajuda do primo da matriarca, Sir John Middleton, a família muda-se para uma pequena casa em Devonshire, Barton Park, onde Mariane, a irmã do meio, conhece John Willoughby.
O que os une, além de uma tempestade e da mocinha machucada no meio planície sendo salva pelo jovem cavalheiro, é um livro de bolso de poemas shakespearianos que o rapaz sempre carrega consigo, e cujo soneto 116 é o preferido de ambos os recém-conhecidos, que o recitam apaixonadamente.
Ressalto que o poema mencionado é característica da adaptação cinematográfica de 1995, que apresento após o soneto 116:
SONETO 116
(William Shakespeare)
Veja a cena a seguir:
Maíra Vanessa
sexta-feira, 29 de outubro de 2021
QUANDO VOCÊ QUISER VOLTAR
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
A LEGIÃO ESTRANGEIRA (CLARICE LISPECTOR) - BREVE ANÁLISE
Antes de ir à análise do referido conto, gostaria de destacar que Clarice Lispector (1920 - 1977), nascida na Ucrânia, mas criada no Brasil, é minha escritora nacional favorita. E tenho muitos motivos para isso.
Primeiramente, porque ela é uma das autoras que mais tratam do universo feminino com verossimilhança. Clarice sabe o que é ser mulher, não apenas no sentido biológico, mas na alma. Quem tem a feminilidade propícia entende o que falo. Ser mulher não é fácil. Traduzir esse universo, então, é muito complexo. Nem santas, nem demônios, mas pecadoras. Clarice traduziu o universo feminino de forma brilhante, precisa, perfeita. E o que acho mais interessante em toda sua feminilidade e tradução do ser feminino é que Clarice morreu de uma doença exclusivamente feminina: de câncer no ovário. É uma das informações que creio que, enquanto eu tiver memória, eu vou lembrar.
Segundamente, porque, por meio de Clarice, eu conheci e me familiarizei melhor com a disciplina de Teoria Literária, especialmente, sobre tipos de narradores, que você pode encontrar muitos trabalhos acadêmicos analisando esse aspecto nas diversas obras da autora; mas, primordialmente, na questão do discurso indireto livre, que, até antes de estudar Clarice eu não conhecia, e que é um recurso que ela utilizou em todas as suas obras e que eu acho genial; uma forma de trazer o leitor para o âmago dos personagens. Se você quiser saber mais sobre isso, há muitos trabalhos acadêmicos sobre o assunto na internet também.
Em terceiro,- e não querendo me estender mais, - porque Clarice Lispector é a maior inspiração que tenho em escrever narrativas. Eu a considero uma escritora perfeita. Quem não? E, ainda que eu não atinja nunca sua perfeição, pois preciso aprender muito sobre tudo nessa vida, esse é o objetivo: narrar como Clarice.
Isto posto, vamos à breve análise de "A Legião Estrangeira", que você já deve ter lido.
O conto inicia
falando de um pintinho que a família ganhara e que não sabia o que fazer com ele. Narrado em primeira pessoa, a narradora fala que ela, o marido e os filhos ficaram observando o animal sem saber o que
fazer com ele, e compara o pinto aos sentimentos que “são água de um instante”.
Aborda, então, sobre como a bondade é despertada em cada uma das pessoas presentes no momento:
A meu
marido, a bondade deixa ríspido e severo, ao que já nos habituamos. Nos meninos
que são mais graves, a bondade é um ardor. A mim, a bondade me intimida. (p.97)
Esse episódio
faz com que a narradora-personagem se recorde de uma outra família que esteve
presente em sua vida e que, como ela afirma: “mal os conheci”. Mas esse “mal os conheci”, não significa que
ela não tenha tido contato com aquela família, já que logo ela diz: “Diante do
mesmo júri ao qual responderia: mal me conheço”.
Então, ela começa a narrar a história dessa família, em particular da filha do casal vizinho, chamada Ofélia. A família dá nome ao conto, pois, segundo a narradora, eram "trigueiros como hindus", de "olheiras arroxeadas" e "boca fina". Os pais, eram muito arrogantes e não permitiam qualquer tipo de aproximação. A filha, de oito anos, pelo contrário, passava horas na casa da narradora, falando o que ela devia ou não fazer, porque "essa, a boca 'fina, que assemelhava-se a um corte' falava".
Percebemos que
há uma antipatia entre a menina e a narradora; que na verdade elas se toleram:
a primeira, porque tinha muito a ensinar à outra, e a segunda porque era uma
forma de afrontar a mãe da menina.
Ofélia,
ela dava-me conselhos. Tinha opinião formada a respeito de tudo. Tudo o que eu
fazia era um pouco errado na sua opinião. Dizia, ‘na minha opinião’ em tom
ressentido, como se eu devesse ter lhe pedido conselhos e, já que não pedia, ela
dava. (p.103)
Ofélia era um
adulto “em forma de criança”.
Um dia, conta
a narradora, que trouxe um pinto da feira para os filhos, e que a menina veio
visitá-la e, ouvindo o barulho do animal, quis saber do que se tratava:
— É o
pinto.
— Pinto?
Disse desconfiadíssima.
— Comprei
um pinto, respondi resignada.
— Pinto!
Repetiu como se eu a tivesse insultado.
— Pinto. (p.106)
Esse episódio
é o que caracteriza na Teoria Literária a epifania,
que é um fenômeno na qual uma personagem, a partir de algum objeto, ou
pessoa, ou animal, passa a ver a vida de outra maneira, olhando para seu
interior.
A visão que
Ofélia e a narradora têm do pinto é uma epifania para as duas. No caso de
Ofélia, porque ela passa a agir como criança. E já não tem mais respostas para
tudo, ao contrário, está cheia de dúvidas. Primeiramente, sente inveja da outra
que possui aquele pinto: “olhou-me rápida, e era a inveja, você tem tudo, e a censura,
porque não somos a mesma e eu terei um pinto, e a cobiça – ela me queria para
ela” (p.106). Nesse trecho a narradora coloca sobre a menina todos os sinais da
imperfeição, inveja, cobiça, para mostrar à menina, que sabia muito mais de
muitas coisas que ela, que também não era Ofélia perfeita. Ofélia era uma criança que, na
verdade não sabia nada da vida, mas desejava descobrir.
No caso da
narradora, porque ela vê na menina como uma criança e enxerga a si própria como
a adulta, já que, até então, os papéis estiveram invertidos. Diante disso, Ofélia passa
a conversar com um certo recato, e a narradora a responder-lhe autoritária:
Com
alguma vergonha notei afinal que estava me vingando. A outra sofria, fingia, olhava
para o teto.
— Você
pode ir para a cozinha brincar com o pintinho.
— Eu...?
perguntou sonsa.
— Mas só
se você quiser.
Sei que
deveria ter mandado, para não expô-la à humilhação de querer tanto.(...) Mas
naquele momento não era por vingança que eu lhe dava o tormento da liberdade. É
que aquele passo, também aquele passo ela deveria dar sozinha. (p.108)
Então, notamos
aí, que a narradora é uma importante mediadora entre a menina e o pinto. O
pinto pode ser entendido como uma metáfora para vida. Nesse caso, a menina estaria indo ao encontro de uma vida que
ela não tinha, mas percebeu que a vizinha sim. Por isso, o desejo de ser a
outra. Ofélia com toda sua sabedoria herdada dos pais, não tinha vida própria, pois vivia, agia e pensava como adulto.
E aquela era a hora de voltar-se para si.
Assim, a menina
vai brincar com o pinto. Após algum tempo volta e vai embora. A narradora vai
até a cozinha e percebe que o animal está morto.
Encerra-se aí
o período da epifania para a menina.
Ofélia matou aquela nova vida que lhe foi oferecida e voltou para casa, local
onde se centrava, a fonte de sua sabedoria pronta.
A narradora
tentou alcançá-la inutilmente, gritando que “às vezes a gente mata por amor,
mas juro que um dia a gente esquece, juro! A gente não ama bem (...).” (p.110).
Percebemos, então, que a epifania continua tendo efeito na narradora que descobre
amar aquela criança, irritante em seus conselhos, em suas colocações inoportunas, mas a amava.
Assim, volta-se
para o início do conto onde há “o pinto de hoje”. É mostrado um movimento
cíclico: o pinto de ontem e o de hoje, a mesma água é outra, a vida se
renovando a cada instante.
Clarice é ou não genial?
Maíra Vanessa
REFERÊNCIA
LISPECTOR, Clarice. A Legião Estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
quarta-feira, 27 de outubro de 2021
LOBA
Cercam-me
feito felinos
Mas finjo
que não os vejo
Eu finjo
que não os ouço
Não despertam em mim desejo
Protejo-me
prontamente de seus ataques
Heróis
ou vilões? Demônios ou santos?
Não os
quero conhecer tão cedo
Não provarei jamais seus encantos
Pois
dentro em mim habita uma loba
Não sou
morada de uma gata qualquer
Não escalo
muros, paredes, telhados
Não me
dou fácil para quem me quiser
Noturna,
meu canto é para a lua
Cultivo
intensamente a solidão
Finjo
que durmo, faço-me de morta
Fujo,
jamais imploro por perdão
Eles
não sabem lidar com minha liberdade
Eles
brigam entre si e disputam atenção
Mas quem
pode com a loba selvagem?
Quem
ousará domar seu coração?
Vago
solitária por caminhos conhecidos
Minha
companheira é a sabedoria e só
Rasgo
os inimigos aventureiros nas estradas
Jamais
terei deles piedade, pena, um mínimo dó.
Cercam-me
como perniciosos felinos
Deles
rio, troço, farto de gargalhar
Querer vencer uma loba selvagem?
Pago
para ver quem me domesticará!
Maíra Vanessa
terça-feira, 26 de outubro de 2021
Uma paixão recolhida, uma Carta e Oswaldo Montenegro no Programa do Jô
Encontrei a seguinte mensagem/carta/reflexão - que eu mandaria ou mandei para alguém - em meio aos meus escritos.
É interessante a gente revisitar nossa história e ler nossos sentimentos com olhar de expectador.
O texto é de 2011. São exatos 10 anos! E como eu mudei! E como tudo mudou!
No fim, fica uma pergunta: o que resta em mim da garota de 10 anos atrás?
O que resta em você do que você foi um dia? Revisite suas histórias!
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DE 2011
Antes de ontem eu fui à missa e na comunhão cantaram a música que você sempre pede para cantarmos: A Barca.
Ontem, tive uma surpresa ao ver você tocando na missa, não porque você estava tocando, mas porque cada nota, cada acorde que você tocava, tocavam minha alma como eu nunca havia sido tocada.
E hoje, durante a madrugada, eu lutava comigo mesma para dormir e não conseguia. Então, ao invés de ir para o PC, liguei a TV (1:26) e estava passando o Programa do Jô. E quem estava sendo entrevistado? Oswaldo Montenegro, que você tanto ama. E ele cantou, magnificamente, uma música que eu nunca havia escutado: A Lista.
E o que me chamou mais a atenção foi o seguinte verso: “Quantos amigos você jogou fora?”
Eu havia tomado a decisão de me afastar de você, por muitos motivos, mas, principalmente, por sábado. É difícil fazer isso quando a gente é bem próxima de uma pessoa e conhece gostos e desgostos, porque, querendo ou não, uma música, uma cena ou uma circunstância nos faz lembrar da pessoa.
E foi isso o que aconteceu nos últimos dias: uma porção de coincidências imbecis, mas que me fizeram ver que um dia não pode mudar uma história.
Bem... O que quero dizer é que você pode não se importar, e eu sei que para você tanto faz, mas eu me importo.
E posso ser imatura, impulsiva e algumas vezes até mal educada, fazendo coisas ou dizendo coisas e não medindo as consequências... Infelizmente, eu não sou perfeita e não sei fingir que estou bem quando não estou, eu não sei ignorar grosserias (e você foi até um pouco estúpido comigo) e eu não sei levar desaforo para casa.
Mas, eu sei reconhecer quando erro. Talvez esse tanto de palavras não façam sentido para você... não signifiquem nada. Eu sei que isso tudo não significa nada para você. Mas, significa para mim. Talvez você me ache uma boba. Pode me achar. Eu estou me sentindo assim. Mas, eu vivo num mundo paralelo onde poucas pessoas conseguem me encontrar.
Tem momentos que eu acho que você está me encontrando, afinal, “somos tão iguais”. Mas, de algum modo, parece que você anda vendo apenas o pior em mim. “A culpa é toda sua e nunca foi”. Se nada fizer sentido, tudo bem. O importante aqui é que quero dizer que, mesmo você não se importando, eu me importo com você. E, por enquanto, isso basta!
Maira Vanessa
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
TRILHAS: 5 MÚSICAS FAVORITAS DE NOVELAS (ANOS 1970 e 1980)
Olá, leitores!
Você viu essas novelas? O que achou das trilhas? Temos alguma favorita em comum? Deixe seu comentário.
domingo, 24 de outubro de 2021
A INÊS - LORD BYRON
Hoje, compartilho um poema de Lord Byron (1788-1824), poeta gótico inglês que foi inspiração para sua geração, bem como para um dos meus prediletos, Álvares de Azevedo.
Aqui um dos poemas que mais gosto, cujos últimos versos, tão impactantes, falam muito sobre o amor e sobre a vida.
A Inês