quinta-feira, 11 de novembro de 2021
EU ODEIO COMEÇOS
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
VOU A MONTE VERDE
terça-feira, 9 de novembro de 2021
FIGURA SÓ - TARSILA DO AMARAL
Na postagem de hoje, venho trazer uma das pinturas que mais gosto de Tarsila do Amaral: Figura Só.
Antes
de adentrar na obra propriamente dita, é necessário ressaltar a grandeza de
Tarsila para a arte nacional, mas também para a arte brasileira reconhecida no
exterior.
Tarsila
do Amaral nasceu em Capivari, em 1886. Veio de família abastada, em virtude de
negócios familiares em fazendas no interior de São Paulo.
Tarsila
teve a oportunidade de estudar com grandes nomes das artes na Europa,
adentrando, cada vez mais, o universo modernista e suas vanguardas. Teve como
principal mestre e referência Fernand Léger.
Sua
principal obra é Abaporu (homem que come homem), considerada não apenas sua principal pintura, mas a pintura nacional mais importante, uma vez que representa a brasilidade do povo tupiniquim. Também é o marco inicial do movimento Antropofágico no Brasil. Tal obra integra, atualmente, o Museu de Arte Latino-americana de Buenos
Aires (MALBA).
Quanto
à obra Figura Só, óleo sobre tela, é datada de 1930, período em que a artista passou por diversas
dificuldades pessoais, o que culminou na obra em questão.
Como
um quadro do período modernista brasileiro, especificamente em sua primeira
fase, Tarsila traz obras cujos contornos, cores e planos modulados conferem
movimentação à tela. Nas palavras de Moraes (2014, p.127):
Tarsila realiza uma
paisagem mais realista, ao pintar uma figura estática em forma de retrato,
oposta a uma vegetação sempre aumentada, engrandecida contra as figuras que
pousam com as palmas [...]. Os elementos são bastante sintéticos, mas, não se
apegam à celebração de uma nacionalidade de qualquer teor. Trata-se de uma
mulher universal.
Em
1929, a abastada família de cafeicultores de Tarsila perdeu toda a fortuna,
devido à crise financeira internacional ocorrida pela quebra da bolsa de
valores de Nova York. Em 1930, Tarsila havia conseguido um emprego como
conservadora da Pinacoteca de São Paulo, contudo, com o fim da Era Vargas, a
artista perdeu o cargo no mesmo ano. Ainda em 1930, o marido da pintora, Oswald
de Andrade, a abandonara por ter-se apaixonado por outra mulher, a escritora e
revolucionária Patrícia Galvão (Pagu).
O período conturbado na vida da artista, levou-a a compor a obra Figura Só, tida pela crítica como um autorretrato, que mostra uma mulher em um ambiente árido e noturno, com o cabelo esvoaçante em meio à ventania, de costas, cujo semblante não é visto pelo espectador, mas cujo corpo toma forma de lágrima, demonstrando o estado interior desolado e solitário de Tarsila.
Eu gosto bastante dessa pintura, sendo a minha preferida, pois representa, em seus tons escuros, a tristeza, mas também cores nacionais, como o verde da relva e o azul do céu.
Os cabelos esvoaçantes, que não findam na obra, remetem ao feminino, já que os cabelos longos, expressam, especialmente, a alma do ser feminino.
Por fim, há a figura central, a mulher, de costas, solitária, que traz toda a tristeza em si, de um momento difícil. Quem nunca passou por isso, por momentos ruins que pareciam infindáveis? Creio que todos já passaram.
Por isso mesmo, também sinto esperança nesta obra, por saber que a solidão é necessária para o aprendizado, que a tristeza é necessária para o amadurecimento, mas que tudo passa e, amanhã, essa figura solitária estará em nova vida, quiçá uma vida completamente feliz.
E você, o que sente com essa pintura?
É impossível não amar Tarsila do Amaral!
Maira Vanessa
Referência
MORAES, Naymme Tatyane Almeida. A paisagem como um discurso em Tarsila do Amaral: A construção de um diálogo entre o espaço social e pictórico na década de vinte do século XX no Brasil: do Pau Brasil a Antropofagia. 2014, 146 f. Dissertação [Mestrado em História]. Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR, 2014.
domingo, 7 de novembro de 2021
PELO CEMITÉRIO CAMINHO
Pelo cemitério caminho
Pelo vale das sombras da noite
Vagando sozinho taciturno
Açoite do tempo inoportuno
Relembro nosso passado
As noites de amor intenso proibido
Mistério, enigma fadado
Segue-se ou não o instinto
Se te foste de um jeito tão trágico
Mais trágico do que a própria morte
Em meu peito suspiro dobrado
Lamentando minha má sorte
No cemitério perene de amores
Caminho, vagando, sem rumo
Coração, em saber, dilacerado
Que há outro em teu corpo de flores
Maira Vanessa
sábado, 6 de novembro de 2021
ILHA DESERTA
sexta-feira, 5 de novembro de 2021
LEMBRA-TE DE MIM
Lembra-te de mim
Como lembro-me de ti
E a vida não será mais solidão
Quero acompanhar-te
Dia e noite em teus pensamentos
Noite e dia estar em teu coração
Quero ser o motriz
Do teu intelecto
Da tua vida toda, a razão
Quero ser no teu caminhar
Toda a trilha do sim
Nunca a trilha do não
Não quero ser
Para tua visão
A moça mais bela que já contemplou
Não quero ser
Para teu tato
O corpo mais aprazível que já tocou
Não quero ser
Para teu paladar
A boca mais sedenta que já beijou
Não quero ser
Para teu olfato
O perfume mais sublime que experimentou
Não quero ser
Nem mesmo a mais bela voz
Que um dia um canto qualquer lhe entoou
Só quero ser
Na tua vida
O alguém que mais amaste
Que nem por uma noite
Nem por outrem, nem por um sonho
Por nada, abandonaste
E se possível for
Aos céus faço um pedido
Que teu amor (como meu)
Seja, de fato, correspondido
Maira Vanessa
quinta-feira, 4 de novembro de 2021
VOCÊ...
quarta-feira, 3 de novembro de 2021
PARA O AMOR QUE VAI CHEGAR
terça-feira, 2 de novembro de 2021
Poema de Sete Faces - Carlos Drummond de Andrade
Boa noite, leitores.
Como o último dia 31 foi o 119° aniversário de Carlos Drummond de Andrade, trago hoje um poema deste enorme poeta brasileiro, mineiro, de Itabira.
O poema a seguir, é o primeiro do escritor que tenho lembrança de ter lido quando eu tinha uns 14 anos.
E, hoje, as sensações que tenho a partir do poema são outras, diferentes daquele tempo, em que eu pensava muito sobre o anjo torto.
Tais sensações: sim, pessoas sofrem e sofremos junto; ser solitário tem seus prós e seus contras, mais prós na verdade; ser diferente pode ser uma salvação, ao contrário do que pregam muitos; o álcool pode ser o princípio de muitos belos poemas, ou seu fim.
E você, o que sente com esse poema?
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Poema de Sete Faces
(Carlos Drummond de Andrade)
sábado, 30 de outubro de 2021
SHAKESPEARE, JANE AUSTEN E RAZÃO E SENSIBILIDADE
Olá, caro amigo!
No post de hoje, venho falar de três obras que amo: Razão e Sensibilidade de Jane Austen, Soneto 116 de Willian Shakespeare, unidos no filme Razão e Sensibilidade de 1995.
Sem dúvidas, Willian Shakespeare (Inglaterra, 1564 - 1616) é um dos mais influentes artistas, não apenas de sua época, mas de todos os tempos. Seus poemas, por exemplo, foram e continuam sendo muito mencionados em várias obras de diversos gêneros, sejam livros, músicas, filmes, dentre outras.
Jane Austen (Inglaterra, 1775 - 1841) é conhecida mundialmente por seus romances, cujas personagens femininas são fortes, com independência de pensamento e opinião e, algumas, até mesmo, irônicas. É minha escritora favorita!
Uma de suas obras que mais gosto é Razão e Sensibilidade (Reason and Sensibility), que em suma, narra a história das irmãs Dashwood. A família é formada pela mãe, Mrs. Dashwood, e suas três filhas, Eleonor, Mariane e a pequena Margaret.
3ª Edição da Martin Claret, 2009.
Tradução de Roberto Leal Ferreira.
Após a morte do patriarca, Mr. Dashwood, as quatro caem na pobreza, uma vez que elas, devido às leis vigentes à época, não têm direito à herança, devido ao fato de a mãe não ter tido um herdeiro do sexo masculino. Então, passam a viver da mísera doação anual advinda do meio-irmão mais velho, filho do primeiro casamento de Mr. Dashwood, John Dashwood.
Tendo de deixar sua casa e sua posição social, e contando com a ajuda do primo da matriarca, Sir John Middleton, a família muda-se para uma pequena casa em Devonshire, Barton Park, onde Mariane, a irmã do meio, conhece John Willoughby.
O que os une, além de uma tempestade e da mocinha machucada no meio planície sendo salva pelo jovem cavalheiro, é um livro de bolso de poemas shakespearianos que o rapaz sempre carrega consigo, e cujo soneto 116 é o preferido de ambos os recém-conhecidos, que o recitam apaixonadamente.
Ressalto que o poema mencionado é característica da adaptação cinematográfica de 1995, que apresento após o soneto 116:
SONETO 116
(William Shakespeare)
Veja a cena a seguir:
Maíra Vanessa