quarta-feira, 6 de março de 2013

De qual matéria é feito o amor?





De qual matéria é feito o amor?
De distância e de saudade...
De lembranças e bons momentos...
De trilhas sonoras e personagens...
De realidade e de presença.

Da mesma matéria etérea
Que une as diferenças,
Que acalenta o coração,
Que convive com manias,
Que deixa o campo de batalha.

Porque, quando se ama alguém assim,
Com tudo e mais um pouco,
Acredita-se mais em Deus,
Na vida e nas pessoas,
E passa-se a crer também no amanhã,
Na felicidade e na capacidade de amar!

(Maíra Vanessa) 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Poeminha de 3 faces

       Resolvi brincar com as palavras hoje, com muita simplicidade, embora tais verbetes sejam muito sinceros em todas as suas formas.






I

Folha em branco...
Sublime incoerência!
Sentimento intraduzível
Delineando meu coração.

Dias vêm e dias vão
Consumindo o indizível,
Consumando a ausência...
Na saudade me lanço!



II

Folha em branco,
Na saudade me lanço.
Sublime incoerência,
Consumando a ausência.

Sentimento intraduzível
Consumindo o indizível,
Delineando meu coração.
Dias vêm e dias vão...



III

Folha em branco...
Sentimento intraduzível!
Na saudade me lanço,
Consumindo o indizível.

Sublime incoerência
Delineando meu coração...
Consumando a ausência...
Dias vêm e dias vão ...


 (Maíra Vanessa)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Há de realizar-se!


Há de realizar-se!



Pensas que não sei o que sentes por mim?
Bem o sei em tuas palavras e atitudes...
Na expressão ora lívida ora rígida de tua face...
No tom suave de tua voz a dirigir-se a mim...
No mergulho profundo em teus mistérios...
Ao incluir-me tu em teus projetos futuros
E em tuas realizações presentes...
Em teu olhar me pedindo para ficar quando preciso partir...
Em tua resistência em partir quando preciso ficar...
No que tenho significado para ti...
No que tens sido para mim...
Na certeza de que muito além
De nossos desejos e esperanças,
Sonhos e expectativas,
No momento exato,
Há de realizar-se!

 (Maíra Vanessa)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Carta




Carta


Enquanto o meu amor não encontra
Abrigo em teu coração
Nem explicação nas palavras
Nem entendimento em mim mesma,
Digo-te que um dia amei-te demasiado,
E amei-te outra vez...
E depois mais uma...
Sem nunca deixar de amar.


Hoje entendo que, simplesmente, amarei
Sejas sonho ou realidade,
Tal qual eras e tal qual és,
Quantas vezes forem necessárias...
Sem medo de perder-me ou de errar.
Sem medo de que sejas meu!


Para que um dia entendas
Aquilo que tento explicar-te,
tão desajeitadamente...
Que fala tão alto em mim.


Para que um dia, quando o teu coração estiver
Já tão cansado de vagar,
Venha encontrar abrigo no meu
E repouso na inspiração de amar.


(Maíra Vanessa)

Dividida entre dois amores?


Texto nenhum pouco poético, mas prático.
Tô postando para me lembrar disto futuramente. 
haha'



Dividida entre dois amores?



Se você está dividida entre dois amores
Ligue para os dois e fale rapidamente com cada um.
Se despeça em seguida.
O que não gosta de você vai te dar "tchau" educadamente.
O que gosta de você vai inventar infinitos assuntos para você não desligar.

Se você está dividida entre dois amores
Mande uma mensagem na madrugada para cada um.
O que não gosta de você talvez te responda no dia seguinte.
O que gosta de você vai responder: “eu tava dormindo, pô!
Mas, já que me acordou, fala aê.”

Se você está dividida entre dois amores
Fique online nas redes sociais.
O que não gosta de você só vai falar contigo
Se tiver um assunto em mente.
O que gosta de você não vai esperar muito tempo para dizer
“Oi. Td bem?”

Se você está dividida entre dois amores
Convide-os para fazer algo de que não gostem
O que não gosta de você, com certeza, não o fará.
O que gosta de você vai fazer
E vai te confessar que até entende um pouco
Porque deu uma pesquisada antes.

Se você está dividida entre dois amores
Chame-os para sair.
O que não gosta de você vai aceitar rachar a conta.
O que gosta de você não vai deixar você pagar
E ainda vai pagar para sua amiga.

Se você está dividida entre dois amores
Fale que você gosta demais do músico funk do momento.
O que não gosta de você vai rir e te censurar
O que gosta de você vai escutar a música que você indicou
Apesar de não ser muito fã.

Se você está dividida entre dois amores
Fale dos seus amigos mais íntimos.
O que não gosta de você vai te escutar e até dar conselhos.
O que gosta de você vai ficar todo sem graça
e mudar de assunto logo logo.
Observe!

Se você está dividida entre dois amores
Fique sem dar notícias por uma semana.
O que não gosta de você... bem...
Você nunca mais vai ouvir falar!
O que gosta de você vai colocar crédito no celular,
Te procurar nas redes sociais,
E é perigoso ir até sua casa.
E, depois de ficar preocupado com você,
Vai te perguntar offline ou num sms:
“Eu fiz algo de errado?”

Sabe por quê?
Aquele que gosta de você
Fará qualquer coisa por você.
Por isso, dê valor ao sentimento dele
E aprenda a esperar a hora certa para ficarem juntos,
Porque esta hora, com certeza, vai chegar.

(Maíra Vanessa)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Quem não quer alguém...

Para não deixar de postar nada, compartilho hoje um poema que escrevi no início do ano passado, em Fevereiro. Quase um ano depois, ai está para vocês e espero que gostem. :)



Quem não quer alguém...

Quem não quer alguém...
Que te empreste a jaqueta só porque você disse que está com frio
Que te traga chocolate porque sabe que você ama
Que te mande flores em uma data comum
Que te chame de “mô” ou qualquer apelido bobo
Que se lembre da data do seu aniversário (pelo menos).

Quem não quer alguém...
Que assista aos filmes que você gosta só para te agradar
Que coma aquele bolo horrível que você fez
E diga que está excelente
Que saiba fazer um bolo melhor!

Quem não quer alguém...
Que ligue de manhã para dar bom dia
E à noite para dizer que passou o dia pensando em você
“E, quer saber?
Tô indo te ver!”

Quem não quer alguém...
Que não te pergunte: onde você quer ir hoje?
Simplesmente te leve a um lugar
Que um dia ele esteve com os amigos e achou bacana
Tinha que te mostrar!

Quem não quer alguém...
Que apareça sem avisar
Que te mande uma mensagem de madrugada dizendo
Que escutou uma música e lembrou de você
Que aquele filme de romance já entrou em cartaz
E que ele vai te levar para ver na sexta
Já que sábado é o casamento de sua amiga

Quem não quer alguém...
Que te ache bonita e inteligente
Por que não?
Que tenha ciúmes de seus amigos
Mas, aceite que você os tenha.

Quem não quer alguém...
Que te aconselhe, mas respeite suas escolhas
Que fale mal do seu vestido,
Mas não te peça pra trocar
Que respeite seu tempo e seu espaço
E que não queira te mudar, pois te admira.

Quem não quer alguém...
Que escolha com você onde vão passar a lua de mel
Que escolha com você os nomes dos filhos
(e se vão ter filhos)
E planeje, com você, ser ainda mais feliz!
Que não tenha medo de falar em
Envelhecerem juntos, para sempre...

Quem não quer alguém...
Que ache que qualquer lugar no mundo seja perfeito
Só por estar com você
Que diga que te ama com atitudes e palavras
E que mude sua vida, não porque ele quis, ou porque você quis,
Mas, porque o amor transforma.

E que a recíproca seja verdadeira!



Maíra Vanessa

domingo, 20 de janeiro de 2013

Não me perturbe com incertezas


Não me perturbe com incertezas


Não me perturbe com incertezas!
Não sou feita de amanhã!
O meu hoje é preciso,
Preciso é meu sentimento.
Preciso de você...


Não me perturbe com “talvezes”,
“Quem sabes”, “o tempo dirá”.
Respostas exatas exigem coragem,
Passos certos exigem decisão.
Meus medos não são maiores do que minhas certezas.


Crer no futuro não é defeito.
Defeito é justificar-se apenas nesta crença!
Há uma diferença, importante, entre pressa e atitude.
Contudo, isto só se aprende quando o passado é o bastante.



Meus movimentos, um dia,  foram desmedidos.
Incertezas já conduziram os meus passos.
Mas, há noites de sábado e manhãs de domingo,
Que ensinam que o que é importante
Cabe no espaço de um abraço.


Por isso, não me perturbe com incertezas!
Não sou feita de amanhã!
O meu hoje é preciso,
Preciso é meu sentimento.
Preciso de você.
se você precisar de mim (tô)!

(Maíra Vanessa)


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ah! O amor!



Ah! O amor! 

(A meu querido 
e grande amigo, 
Lucas Lima.)



Ah! O amor!
O poeta dele nada sabe,
Apenas suspira.
Nas palavras que pouco exprime
Apenas teoriza.



Delicia-se
Nas verdades ilusórias que do sentimento surgem.
Silencia-se.
Quando o vê diante de si
Amedrontado, foge!



Ah! O amor!
Tem-me feito passar noites e noites
A perder-me em insônia
A esvaecer-me na escuridão enluarada
A almejar a tão distante alvorada
Entre soluços e prantos,
Sofrimento e dor!



Se eu pudesse, tirano amor,
Gritar tudo (o que ele tem-me feito) aos quatro ventos
Como tem sido todo meu torpor e todo meu tormento
Libertar-me ia da prisão que me infundiste.



Oh! Carrasco amor.
Se eu pudesse torná-lo somente meu
Ser o motivo de sua existência
Estar intrínseca à sua essência
Não me serias apenas dor.



De amores mais perder-me-ia
E nunca desejaria me encontrar.
Nada mais aspiraria
Além de amar, amar e amar.



Ah! Soberano amor!
Se o poeta por ti se aventurasse
E mergulhasse em teus mistérios tão perfeitos
Dir-me-ia, então, tua origem e tua cura
Pois já conheço todos os teus efeitos.


Ah! O amor!



(Maíra Vanessa)

domingo, 13 de janeiro de 2013

Inspiração


Tem dias que não estamos bem. Tem dias que acordamos para fazer e dizer besteiras, para magoar e ser magoados. E hoje foi um dia desses para mim, infelizmente. Então sentei-me e, como sempre, tentei escrever algo. Raramente eu escrevo sobre mim, embora no que escreva tenha muito de mim. E foi isso o que escrevi... Não é para agradar, mas, como certeza, foi bastante aliviador e inspirador para mim. Falo de fatos e de pensamentos que têm me norteado. J




Às vezes procuramos inspiração, mas não a encontramos. Na maioria das vezes a inspiração nos encontra. Não estou falando apenas de inspiração para poemas, música, desenhos, fotografia, para um novo romance. Não! Estou falando de inspiração para a vida!

Quando paramos para pensar sabemo-nos repletos de dons. Eu particularmente possuo o dom  da escrita, de aprender e ensinar, possuo o dom de compreender e criticar obras literárias. Possuo ainda o dom da oratória (ou possuía)  e o dom da dança e da atuação (a algum tempo abandonados). E o, recentemente descoberto, dom para culinária. Contudo, não possuo dom para escrever um romance extenso ou uma peça teatral. Não possuo o dom do canto e muito menos para tocar algum instrumento. Todavia, estou eu a fazer aulas de violão e de canto.

Dons necessitam ser desenvolvidos ou perdem-se, como perdi o dom da dança e pretendo recuperá-lo.  Alguns dons ficam por um tempo e depois já não fazem parte mais de quem somos, como o meu dom para a atuação. Alguns dons estão tão arraigados a nós que nem se quiséssemos poderíamos dissipá-los, como é o meu caso da escrita.

Todavia, todos temos dons em comum. O dom do amor, o dom da amizade, o dom do perdão. E como tal, tais dons necessitam ser desenvolvidos, trabalhados minunciosamente e com tamanho empenho, até que passem a fluir naturalmente em nossas veias, fazendo integralmente parte do que somos. Ora, se o dom do amor não é desenvolvido, como terei eu compaixão e serei caridosa? Há pessoas que preferem cultivar o desânimo e o pessimismo. Temos o livre-arbítrio.

Algumas pessoas estão mais propícias a ver a beleza da vida do que outras. Ainda não descobri em qual grupo encontro-me. Um dia pensei bastante sobre isso e cheguei à conclusão de que meu amor pela vida não é tão grande. Não digo pela vida humana. Digo por minha própria vida. Mas, meu medo da morte é enorme. Tudo que inspira morte me aterroriza. E, olhe só, a morte também é um dom! Não só a morte física, mas a morte que tocamos todos os dias. Somos frágeis e estamos em constante mutação. Nada, nenhuma situação nos é definitiva. O que nos era fascínio ontem, já não nos é hoje. Nossas opiniões mudam e ainda bem que mudamos! Se não amo tanto a minha vida, mas tenho tanto medo de perdê-la, então, que eu seja forte e corajosa para enfrentar os percalços que me cercam.

E quantos percalços encontramos! Parece que a todo instante caminhamos por estradas esburacadas e sempre estamos a entrar em um buraco diferente. Às vezes o buraco é tão fundo que não sabemos como sair dele. Outras vezes, quando nos damos conta, já não é mais um buraco, e sim um poço. É o fim do poço! Desespero, angústia, solidão, não saber o que fazer, falta de inspiração. É aí que encontramos as respostas que estivemos procurando desde sempre. É aí que descobrimos quais os caminhos a trilhar e o que nos tem feito chegar ao lugar em que chegamos.

E aí nos perguntamos: até quando? E (re)encontramos a inspiração da vida, (re)encontramos nossos dons e (re)desenhamos nosso destino. Temos planos, projetos a serem realizados. Deus nos manda pessoas para ajudar, alguém que diz: “Você é tão boa nisso... Já pensou em fazer tal curso?” Ou você encontra um antigo colega de faculdade que te diz: “Estão precisando de alguém para trabalhar neste lugar e eu te indiquei.” Ou então, alguém muito especial abre sua janela no Facebook e diz: “Jesus mandou dizer: Alegra-te e saibas que pelo poder da Minha palavra realizarei maravilhas em você.” Ou então, um amigo te liga naquela madrugada em que você chorou tanto e esteve tão infeliz, e fica quase duas horas falando contigo, tentando te animar (e olhe que esse amigo nem gosta de falar ao telefone). E você pensa: “Um amigo assim é presente de Deus”. E o que era escuridão, torna-se em luz. O que era desespero torna-se esperança e o antigo fica para trás. Tal qual a Fênix renascemos de nossas cinzas para um recomeço. E, sim, eu tenho uma inspiração de vida!

Então, malas são desfeitas, amizades refeitas, laços estreitados, sorrisos abertos, a felicidade começa a ser trilhada e nós nos tornamos cada vez mais parte do grande dom inspirador que é a vida.

Maíra Vanessa

sábado, 12 de janeiro de 2013

Bruno

     Este poema foi escrito no ano passado e mostrei-o a um amigo que o odiou. Gostei que ele não tivesse gostado. Contudo, é um poema que particularmente gosto, pois fala de um rapaz real e, como meu amigo mesmo disse, é um poema infantil. Atingi, assim, meu intento. 
     Então, seja lá quem for Bruno (sei bem quem é!), foi-me inspiração, poesia e suspiros!



BRUNO 


Quando olho  seus verdes olhos
A olharem-me (quisera que em mim se perdessem)
Penso na leveza que tem Bruno
Na leve dança que me leva sem piscar.

Quando ouço a voz macia em seus lábios
A contar-me por onde andam  a passear
Penso na malícia que tem Bruno
A beijar-me sem que esteja a me beijar.

Quando vejo suas mãos a agitarem-se
Firmes, concentradas, sem cessar
Penso que seja Bruno poeta
E que sua poesia, um dia, venha a me encontrar.

Quando escuto passos no silêncio
Perdida em sonhos, a vagar
Penso que pudera ser Bruno
Que viera correndo me buscar.

Quando lembro que Bruno passou
E consigo levou meu coração
Penso que talvez Bruno seja
Apenas e somente uma ilusão.

(Maíra Vanessa)